terça-feira, 20 de outubro de 2020

Pergunta pro Robertinho

   Quando eu ou minha irmã queríamos saber o significado de uma palavra, nossos pais diziam "Pergunta pro Aurélio", que significava procurar no dicionário.
   Assim como nós temos o Aurélio, na França eles têm o Robert. E assim como temos várias versões do Aurélio (de bolso, escolar, mini...), eles têm versões do Robert (Grand Robert, Petit Robert, Robert de poche...).
   Uma vez ouvi uma história que não sei se é verdade, mas creio ser possível. Sabemos da tradição de traduções "zoadas" pra nomes de filmes aqui no Brasil. Quem entende um pouco mais de idiomas e tradução, também sabe que não é só nos títulos de filmes que enfrentamos dilemas e encontramos erros ou coisas engraçadas na tradução. Enfim, a história que ouvi é que, assim como meus pais diziam pra gente perguntar pro Aurélio, na França eles utilizariam expressão semelhante com o Robert. E em um filme francês, uma personagem teria perguntado o significado de uma palavra pra outra e esta teria dito pra outra "Perguntar pro Robertinho" (Petit Robert).

quarta-feira, 13 de março de 2019

Hoje eu chorei

Hoje eu chorei. Chorei no ônibus voltando pra casa. Não aconteceu nada comigo. Eu explico:
O ônibus estava parado no sinal e eu vi um homem pedindo dinheiro. Isso por si só já é muito triste, mas infelizmente, nós que moramos em cidade grande, estamos "acostumados" a ver.
Acontece que esse homem não tinha o braço direito e o esquerdo só ia até um pouco abaixo do cotovelo, onde ele carregava uma sacola plástica de mercado onde recebe as doações. Me pareceu que também tinha problema nas pernas, pois andava com dificuldade.
Uma pessoa nessa condição física, mas que tenha uma família e estrutura já deve ter muitas dificuldades. Imagina o tanto de obstáculos que esse homem enfrenta todos os dias pra se alimentar, se refrescar no calor e se aquecer no frio, "ir ao banheiro"...
Essa cena se passou ao lado da UERJ, próximo ao estádio do Maracanã, um pouco antes de um jogo no qual um dos times era o Flamengo. Tinha muita gente lá, inclusive vendedores ambulantes de bebidas e petiscos. Veja como gastamos dinheiro com tanta coisa e não nos damos conta de que o que pode ser pouco pra gente é o que faz a diferença na vida de algumas (muitas) pessoas.
Tudo isso bateu na minha mente em segundos e imediatamente eu comecei a chorar. Naquele instante, todos os meus problemas pareciam insignificantes se comparados aos daquele homem.
Essa não foi a primeira vez que chorei "em público" por causa da triste realidade de um desconhecido, mas isso é história pra outro post.
Escrevo o rascunho deste texto no celular, ainda no ônibus, e meus olhos ainda estão marejados.
O que mais me dói é lembrar que testemunhei o aumento exponencial de pessoas em situação de rua nesses últimos dois anos (coincide com algum grande acontecimento?) e, não sendo pessimista, mas realista,  acredito que essa situação ainda vai piorar muito...

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Minha sororidade ajudou uma ladra a escapar


Estou em crise...

Estava a caminho do banco, que fica em frente a um shopping, pra fazer um depósito. Quando cheguei na esquina do banco, vi uma confusão.

O banco, consequentemente o shopping também, fica numa avenida que tem aquele canteiro central dividindo as pistas de direção contrária. E foi aí que aconteceu a confusão.

Um homem bem forte segurava uma mulher que tentava se desvencilhar dele. Muitas pessoas assistiam o acontecido e não faziam nada. Eu fiquei parada tentando entender.

Quando vi que o homem arrastava a mulher para atravessar a pista em direção ao shopping, o que os fez quase serem atropelados, comecei a sentir um tremor dentro de mim e fui em direção a eles.

Com voz forte e segura, disse: Se você não soltar ela agora, vou chamar a polícia!

Ele ainda tentou segurá-la por uns segundos enquanto dizia: Ela roubou da loja!

No meio disso tudo, reparei que sua blusa tinha o nome de uma loja de roupas do shopping e ele usava um daqueles aparelhos de comunicação que têm um fone discreto no ouvido. Aquilo não era uma briga de casal como eu havia suposto.

Tendo decodificado e compreendido a situação, eu disse que mesmo assim ele não poderia tratar ela daquele jeito violento, afinal ele não tem poder policial (e, mesmo que tivesse, aquilo não era uma forma correta de abordagem).

No meio disso tudo, a mulher conseguiu escapar levando apenas a sua bolsa e deixou a sacola com os produtos roubados no chão.

O cara, que era segurança da tal loja ficou revoltado comigo e eu dizia pra ele pegar os produtos e levar de volta e repetia que ele não podia ter aquele tipo de atitude.

Cada um seguiu seu rumo. Ele foi pro shopping, a ladra saiu correndo não sei pra onde e eu fui pro banco fazer meu depósito.

Eu me tremia toda e só consegui me acalmar no caminho de volta pra casa.

Como fui e voltei à pé, refleti muito sobre o que aconteceu e me senti, em parte, culpada por ter deixado uma ladra escapar. Mas também pensei outras coisas.

1. Continuo achando que o segurança agiu incorretamente. Ele deveria tê-la abordado ainda dentro do shopping e teria tido ajuda dos seguranças do próprio shopping para encaminhá-la à delegacia por flagrante delito.

2. Eu deveria ter abordado os dois de uma forma diferente. Talvez eu pudesse ter contribuído para que a mulher fosse encaminhada de forma adequada às autoridades.

3. Por que será que ela só foi pega do lado de fora do shopping? Incompetência do segurança ou "estratégia" de abordagem para não criar tumulto dentro do shopping?

Se for a primeira opção, o segurança deveria "se satisfazer" em apenas recuperar os produtos.

Se for a segunda, além de "se satisfazer" em recuperar os produtos, precisam rever suas "estratégias", pois creio que isso não seja legal.

Será que eles têm como provar que ela roubou? (Não estou duvidando que ela roubou. Acho até bem provável, pois ela usava uma sacola da loja, porém, em mal estado. Parecia velha a sacola. E estava muito cheia, o que geralmente não acontece, pois os funcionários dividem os produtos em várias sacolas. Sem contar o fato de ela ter escapado correndo, o que a denuncia. Se ela tivesse comprado, com certeza nada disso teria acontecido, pois bastaria ela apresentar o comprovante de pagamento!)

Bom, espero que tanto o segurança, quanto a loja e a mulher tenham aprendido alguma coisa com isso assim como eu aprendi.

Espero que a loja tenha mais eficiência na observação e abordagem de suspeitos e que o faça sem violência.

Espero que a moça tenha aprendido a não roubar e que não faça isso nunca mais.

Sei que eu aprendi que sou mais louca do que eu penso por ter me metido numa confusão, mas por esse mesmo motivo, sou brava, forte e justa pois tentei ajudar uma pessoa aparentemente indefesa.

Aprendi a ter mais calma e avaliar melhor a situação antes de me posicionar, pois infelizmente acabei contribuindo para uma criminosa sair ilesa do seu crime...

Ainda me sinto confusa com isso tudo. Se puder (e quiser), me diga o que pensa disso tudo. Se quiser saber mais, pode perguntar. Pode ser que me ajude a analisar melhor minha atitude e como me sinto...

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Sobre boias e relacionamentos


Estou envolvida nesse relacionamento que é complicado. Lá vai a história.

Me cadastrei num site de intercâmbio linguístico e venho conhecendo várias pessoas legais com quem tenho feito vários progressos linguísticos e tenho contribuído para o aprendizado e aprimoramento do Português.

Em fevereiro deste ano (2016), conheci esse francês que ainda não sabe nada de Português e vem morar no Rio por conta de seu trabalho. Ele me disse que tem visto para permanecer por um ano no Brasil. Nós conversávamos bastante em francês e eu já estava dando várias dicas sobre o que conhecer e visitar na cidade e também sobre onde ele poderia procurar casa.

Passamos um bom período conversando apenas sobre coisas culturais e linguísticas, mas aos poucos o papo foi ficando mais íntimo e ambos já demonstrávamos interesse em nos conhecer mais intimamente.

A chegada dele no Rio estava marcada para a quinta-feira da semana da Páscoa. Como ele ia chegar meio dia e eu estaria trabalhando até 19h, combinamos que na sexta-feira eu nos encontraríamos e eu o levaria para um passeio pela cidade. Mas a nossa curiosidade não aguentou esperar! Nos encontramos na quinta mesmo, jantamos e conversamos muito!

Eu estava especialmente contente, pois ele fala muito (Mais do que eu! E acho isso bom!) e é super bem-humorado! A única coisa ruim é que eu estava abatida, pois ainda estava me recuperando de uma virose que me fez faltar ao trabalho nesta mesma semana.

Depois do jantar, fomos passear um pouco pela orla de Ipanema e acabamos nos sentando um pouco pois eu estava muito cansada. Foi quando nossa conversa mudou um pouco e terminamos nos beijando.

Durante os próximos dias, nos encontramos e eu o levei pra passear e nossa relação se estreitou. Tínhamos uma ligação forte não apenas fisicamente, mas intelectualmente. Na segunda, ele teve que voltar pro Canadá (onde ele morava) e desde então não voltou mais. Nós continuamos nos falando quase todo dia pelo Skype e ele diz que vai voltar, mas ainda não sabe quando, pois os responsáveis da sua empresa são enrolados...

Por repetidas vezes ele afirma que depois de mim não esteve com mais ninguém e deixa a entender que só tem vontade de estar comigo. Confesso que sinto isso também, mas tenho receio, pois na verdade não nos conhecemos! Nós só conversamos por mais ou menos uma hora e à meia noite. Nós nunca usamos vídeo ou mesmo microfone e isso me deixa realmente "encucada".

Eu gosto bastante dele e tenho vontade de acreditar que podemos ter um futuro juntos, mas as condições não são favoráveis pra que eu me entregue à esse pensamento, mesmo que ele declare que só se interessa por mim.

A essa altura, você já deve estar se perguntando: "E o que isso tem a ver com as boias???"
E eu já te explico!

Eu aprendi a nadar já adulta. Fiz apenas um ano e meio de aulas e depois nunca mais nadei numa piscina "de verdade" (muito menos no mar!). Eu ainda me lembro de algumas "técnicas" e com certeza ainda consigo me deslocar e também sei flutuar, mas não me sinto muito segura numa piscina funda ou no mar.

Mesmo tendo limitações pra nadar, não sou de recusar uma piscina ou praia (mesmo que faça um boooom tempo que não vou em ambos), mas me mantenho atenta pra não ir muito fundo no mar ou pra me apavorar em uma piscina funda e acabar me afogando.

Vejo isso como um tipo de entrega, porém com "um pé em terra firme" e comparo essa situação aos meus relacionamentos. Já tive relacionamentos que me machucaram muito e faço de tudo pra não sofrer mais daquele jeito. Talvez eu tenha ficado até um bocado cética e fria em relação à isso.

Quero muito mergulhar de cabeça nessa nova possibilidade de relacionamento, mas definitivamente não estou nem um pouco disposta a sofrer mais por mentiras, abandono ou descaso. Mesmo tomando cuidado pra não me entregar demais, tenho aproveitado bastante nossos momentos juntos (mesmo que só virtualmente) e até arrisco a dizer que estou apaixonada, mas com moderação! Hehehe

Visualizo esta minha nova situação afetiva como uma imensa e profunda piscina e eu mergulhando nela, mas estou aparelhada com boias flutuantes, pois não quero me deixar afogar.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Devoção

A devoção é um sentimento muito bonito, mas às vezes tem gente que exagera...

Um dos exageros mais recorrentes é a queima de fogos em alguns feriados.

OK, as pessoas estão felizes e querem comemorar!
Mas ficar soltando fogos durante 10 minutos às 6h da manhã é um exagero, não?

Para muitas pessoas esse é um dos poucos dias em que se pode dormir até um pouco mais tarde...
Sem contar com o desperdício! É muita gente gastando dinheiro com explosivos!

Por que não apenas celebrar sua fé indo à igreja, templo, terreiro e fazendo suas orações?
Podiam usar o dinheiro gasto em fogos em caridade!
Com tantas crianças precisando de comida, vestimenta, dentre outras coisas...
Acho que os santos se sentiriam muito mais honrados com essa atitude benevolente!

Pensem nisso! ;)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Feriados


Eu sempre achei que no Brasil existem muitos feriados.
A maioria das pessoas que conheço amam aqueles longos e que "enforcam" e acham que quanto mais melhor.

EU NÃO GOSTO DE TANTOS FERIADOS!!!!

E agora que sou professora, detesto mais ainda o fato de estarem criando mais!
É muita falta do que fazer!

Eu tenho uma idéia (sim, idéia COM acento!) que muitos vão discordar.
Sou a favor de acabar com vários feriados. Pelo menos, acabar com fato de não se trabalhar e estudar nesses dias.

Por exemplo, aqui no Rio inventaram o feriado de São Jorge. Eu sou católica e aceito os santos, mas não acho que precisemos de um feriado para cada santo!
Além do mais, como somos declarados uma nação LAICA, não deveríamos priorizar datas festivas de apenas uma denominação!

Para "satisfazer" a todos, penso que cada denominação deve ter suas datas mais importantes como feriados nacionais e nada de ter feriados religiosos locais!
Exemplo: Para os cristãos, a Páscoa e o Natal são os feriados mais importantes, portanto, mantém.
Quais são as datas importantes para os judeus, os espíritas, os budistas, etc???

Outra coisa que me deixa louca, é quando um feriado "cai" numa terça ou quinta e "enforcam" a segunda e a sexta. Isso é um absurdo!

Enfim, acho que muitos dos meus amigos (e alunos!) vão detestar essa minha opinião, mas, cansei desse país de gente preguiçosa e acomodada!

Pronto, falei!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Inauguração


É... hoje é uma segunda feira, dia primeiro de abril e resolvi dar início ao meu blog.
Aqui vou despejar comentários, pensamentos, opiniões e várias outras coisas que me vierem à mente.
Não terá periodicidade nem tem outra função que a de um diário, um espaço para colocar meus pensamentos.
Enfim, declaro inaugurado meu cantinho!

Sejam todos bem vindos!